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Últimas leituras - "The Giver"

por BeatrizCM, em 23.10.15

Comecei a ler The Giver com a intenção de experimentar o conforto da leitura nas aplicações do tablet que comprara recentemente. Também já tinha feito o download do quarteto homónimo, ou seja, tanto The Giver quanto os restantes três livros que se agrupam com ele numa colecção, por isso até me sentia curiosa e tentada. O bichinho que o filme me deixara uns meses antes dava cada vez mais sinal da sua presença - será que me iria desiludir?; será que o livro se revelaria ainda melhor do que a adaptação? Só me faltava arranjar uma desculpa para o descobrir. E arranjei.

No Goodreads, dei 4 estrelas ao primeiro livro do quarteto The GiverFiquei com a impressão de que, decididamente, Lois Lowry é uma escritora cheia de talento e visão, o que falta bastante no mercado infanto-juvenil (já chega de vampiros, não é?)

Adorei o início da história, graças às premissas da fundação da sociedade onde vive Jonas, o protagonista: as regras, a ausência de espírito crítico, a ausência de emoções fortes, a precisão de linguagem, a atribuição de tarefas e de empregos, a interacção entre cidadãos, o sistema educativo, a constituição de unidades familiares, o nascimento e a "libertação" dos indivíduos.
Apesar de ser notório que este é um romance de ficção científica/distópico criado essencialmente para um público de leitores mais jovens, é daquelas histórias com que qualquer leitor se conseguirá familiarizar e que poderá apreciar.
Há todo um caminho de descoberta a ser percorrido ao longo das páginas. Rico em diálogos e pensamentos e disposições de Jonas, li The Giver com muita facilidade, rapidez e ansiedade em chegar ao próximo capítulo.
Rico feliz por este livro existir, para que leitores de uma faixa etária mais jovem sejam colocados a pensar sobre o funcionamento das sociedades numa tenra idade. Uma concepção de sociedade que possa parecer simplista para os leitores adultos é, na verdade, um início de reflexão indispensável para as crianças e adolescentes.
Acabei por não atribuir cinco estrelas ao livro, mas sim quatro, pois a qualidade do enredo foi diminuindo a partir do meio da história, piorando gradualmente até ao final. No entanto, considero que seja provável que está opinião seja estritamente minha, não partilhada por outros leitores. Eu é que fiquei surpreendentemente desiludida com o desfecho apressado de The Giver. Pareceu-me que, de repente, a autora teve uma data de entrega do manuscrito para cumprir e que teve de o terminar rapidamente.
Além disso, deixa-me triste que o destino de Jonas em Elsewhere não seja aprofundada.

Já agora, não esperem que o livro seja estritamente parecido ao filme. Há muitas diferenças entre o original e a adaptação subsequente que modificam radicalmente a história.

 

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No início do ano lectivo, durante a transição entre as férias e o trabalho árduo, uma leitura levezinha e curta cai que nem um cachecol em dias de vento: é necessária. Assim o fiz! Já tinha este livro há tanto tempo na estante que, coitadinho, já merecia uma atenção. Além disso, era um crime que eu nunca tivesse lido nada escrito por Gabriel García Márquez - mesmo depois de ler Ninguém Escreve ao Coronel, ainda sinto que preciso de ler alguma das suas grandes obras!

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Atribuí 4 estrelas a Ninguém Escreve ao Coronel e a minha crítica no Goodreads foi:

Surpreendi-me com este conto. Não sei se pela negativa, se pela positiva, mas não esperava que um galo se encontrasse no meio da trama, assumindo tamanha importância, tamanha centralidade (nota-se que não li nenhuma sinopse previamente).
Também me surpreendi com a simplicidade da escrita e criação de García Márquez: parágrafos curtos, diálogos q.b., poucas personagens, pouca evolução física, espacial e temporal. Nota-se apenas uma valorização do ambiente psicológico, por insistência na disposição dos protagonistas (fome, desespero, impaciência, frustração, impotência).
É de valorizar igualmente a contradição entre a presença do galo de combate, que se revela um factor de tensão, e o que o animal simboliza - boa sorte, esperança, segurança, No entanto, confirmam-se outros significados que são transversais à história, como a coragem.
Gostei bastante do final, sintético, mas impactante,também ele em sintonia com a simplicidade de todo o enredo.

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Reviews e pseudo-academismo

por BeatrizCM, em 19.10.15

Tenho usado a rede social Goodreads durante os últimos três anos e tenho habitado a blogosfera por seis ou sete. Ao longo deste tempo, tenho sempre andado a cuscuvilhar a opinião de outros leitores acerca de livros que potencialmente me possam agradar, tanto no Goodreads quanto em blogues, mas bem que teria poupado muito tempo e nervos se não me tivesse deparado com muitas dessas... reviews, chamemos-lhe assim.

Em geral, os reviewers de sofá podem levar-nos a cometer o maior erro das nossas vidas: não ler um determinado livro, porque fomos ver a sua avaliação média ao Goodreads e ela era de apenas 3 estrelas. Pois.

Felizmente, a pouco e pouco vim a distanciar-me desses bitaites desinformados, alguns ignorantes, outros apenas ridículos. Fartei-me de ser enganada. Como? Eu digo-vos. Comecei a ler as reviews de quem atribuiu melhor avaliação ao livro, assim como as de quem atribuiu as piores. Deste modo, ganho uma perspectiva do que posso esperar de mais positivo e de mais negativo.

No entanto, impõe-se um obstáculo a esta procura de opiniões terceiras: o reviewer que não opina nada, só resume a história. Como eu dizia quando andava no ensino secundário... Tipo, LOL. O mais triste é que a maioria dos utilizadores do Goodreads, por exemplo, são adeptos desta moda.

É que eu não quero ler resumo nenhum!!! Para resumo, vou procurar o índice do livro, ou vou à Amazon, ou vou à Wook ou vou ao Book Depository para encontrar a sinopse. Não preciso que os leitores pseudo-académicos se armem em chicos-espertos e me resumam as linhas principais das histórias ou dos ensaios (ainda por cima, abundando erros ortográficos). DAH! 

Quando alguém vai ao Goodreads, vai procurar reviews que contenham uma análise ao livro (ok, até aqui está tudo bem), vai procurar opiniões sobre se deve ou não lê-lo, razões que o justifiquem e o que poderá eventualmente esperar dessa leitura.

NÃO VAI À PROCURA DE RAIOS-AS-PARTAM SINOPSES EM SEGUNDA OU TERCEIRA MÃO!!! (Como devem calcular, encontro-me muito irritada devido a uma incursão recente ao perfil goodreadsiano de um livro que estou a ler.)

Pensem... É como ir a um Clube de Leitura. Quem lá está já leu as obras em apreciação, não precisa que lhas mastiguem.

 

TL;DR: vim por este meio incitar à actividade opinatória acerca de livros na Internet que não inclua resumos, sinopses, índices improvisados, muita palha e pouco sentido crítico; ao julgamento e a difusão de opiniões literárias construtivas, justificadas e não odiosas.

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Depois das sagas "o meu dentista não gosta de Saramago" e "o meu dentista interessa-se pelas minhas preferências literárias", apresento-vos uma nova saga: "o meu dentista diz que eu tenho de ler melhores livros do que aqueles que o Saramago escreveu" (ah ah ah, que engraçado).

E pronto, este foi o primeiro livro que li a conselho e insistência do referido especialista em ortodoncia.

 

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A crítica que deixei no Goodreads ao livro As Velas Ardem Até ao Fim, do autor húngaro Sandór Márai, foi a seguinte:

Antes de ler As Velas Ardem Até ao Fim, julgando o livro pelo título, pensei que se tratasse de mais um romance lamechas.
No entanto, em breve vim a descobrir que, além de lamechas, também é sério.
"Grandes temas" são discutidos pelas personagens, em particular pelo General: amor, amizade, traição, envelhecimento, honestidade, inveja, riqueza, pobreza... Por vezes, a sua análise pode parecer superficial, mas de imediato somos levados a uma reflexão estruturada acerca deles.
Há que sublinhar que este não é um romance típico - divide-se em duas partes distintas, o pré-jantar (constituído pela apresentação das personagens, por algumas das suas memórias e pensamentos, que interpretei como sendo uma contextualização do que se seguiria) e o jantar (em que predomina o monólogo do general, quem acaba por ser o principal narrador de toda a história).

Gostei igualmente do simbolismo da noite (ao cair, ao cerrar-se e ao dar lugar ao amanhecer) e da luz das velas. Sem dúvida, estes pormenores ocupam um lugar central na construção do ambiente da conversa. Aliás, Marái demonstra ser um génio a gerar sentimentos complexos na mente do leitor, através de apontamentos simples.

Quanto à avaliação final deste livro, encontro-me indecisa entre as 4 e as 5 estrelas. Arrepondo, pois, para 5.

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Goodreads: desafio de leitura 2015 (31/40)

por BeatrizCM, em 16.10.15

Até ao momento, li 31 livros em 2015. A minha meta são os 40. Tantos números!

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Tenho ainda as críticas das 6 últimas leituras que terminei para partilhar por aqui. Fá-lo-ei em breve!

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