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Pois é, ando a ler esta pequena criatura de 500 páginas, 470 delas em verso. Ainda vou a metade e preciso de a terminar até terça-feira de manhã, não sei bem como, mas logo se vê. Pode ser que, entretanto, eu seja acometida de uma força inigualável, como a de Zeus, ou que a deusa Atena tenha piedade da minha pessoa, porventura descendente dos seus amados aqueus, e me conceda muita paciência e pouco sono, para levar a cabo a leitura do que se diz ser o primeiro livro da literatura europeia. Isto é muita frutinha...
De resto, estou a gostar da Ilíada. Só tenho pena de ter de a ler à pressão. Obrigadinha, professora de Cultura Clássica.
Já todo o mundo adolescente e não adolescente tinha lido este livro, The Fault in Our Stars (em português, A Culpa é das Estrelas), e eu ainda não. Proporcionou-se a oportunidade depois de adquirir a tablete, pois a única versão a que tinha acesso era em livro digital - e eu detesto ler no computador!
Todos os dias tenho lido um bocado, comecei na quinta-feira, e só estou a demorar mais tempo porque não tenho tido mais disponibilidade. Já vou quase no final e está a ser emocionante. Hoje devo acabá-lo, sem dúvida.
É um daqueles livros que pensamos que vai ser uma coisa e, afinal, é outra. Digo isto porque há muito tempo que não leio nada de lamechas, porque deixei de gostar de histórias lamechas, em geral. Talvez porque a minha vida se tornou imensamente lamechas, a ficção lamechas tem-me desapontado, por eu agora saber que a lamechice é bem melhor na realidade. Porém, de vez em quando, há que conhecer outros tipos de lamechice, outro tipo de enredos foleiros que encerram mensagens preciosas e nos mostram outra perspectiva do mundo, aquela que o autor quer legar-nos. Entendem?
Felizmente, nunca conheci ninguém com cancro e muito menos estive perto de saber o que é ser-se doente oncológico ou ser-se próximo de um. Felizmente, felizmente, FELIZMENTE! Acho que sou inacreditavelmente abençoada por isso. Deve ser uma sensação terrível, estar-se perto de uma "granada" ou ser-se uma. Ter-se uma vida pela frente e, um dia, descobrir-se a violenta efemeridade da existência. Ninguém o deveria desejar a ninguém, nem ao seu mais temível inimigo.
Mas, desenganem-se, este não é um livro sobre cancro. O que ele tem de mais valioso é ser acerca de adolescentes com cancro, mas que aspiram a muito mais do que a ser apenas mais uns adolescentes com cancro. E, acima de tudo, é sobre o amor.
Assim, vale a pena lê-lo.
Ainda não chorei uma única vez, mas tenho ficado algo impressionada nalgumas partes, enquanto outras já me fizeram rir bastante.
***
ADENDA: lembrei-me de que conheci uma pessoa, já adulta, com cancro, mas não contactei com ela enquanto esteve doente, é verdade.
Para compensar a forte desilusão que sofri com o último livro, agora ando mais virada para os livros de psicologia cujos autores têm credibilidade - serem investigadores na área é uma hipótese. E este moço de nome Jonah Lehrer parece-me preencher os requisitos para que eu leia um livro dele, Imagine - De onde vem a criatividade. A Carolina adorou-o e fartou-se de mo recomendar, até que não teve alternativa senão emprestar-mo. Neste momento, ainda estou algures no segundo capítulo, mas já percebi que ela tem razão: esta é uma leitura levezinha, não é preciso grandes recursos intelectuais para o entender, lê-se como se fosse um romance de faca e alguidar e, ainda assim, aprende-se à fartazana enquanto se relaxam os miolos. Melhor é impossível. Deixo-vos com a ficha dele...
Título: Imagine - De onde vem a criatividade
Autor: Jonah Lehrer
Título: Fúria
Autor: Salman Rushdie
Ano: 2001
Sinopse: "O futuro era um casino e toda a gente jogava, e toda a gente esperava ganhar, diz-se a determinada altura em "Fúria", o novo romance de Salman Rushdie. Mas num casino perde-se mais do que se ganha. E é o que aqui acontece, neste romance que prenuncia o declínio e queda de uma civilização que, as passos largos, caminha para o abismo. Uma civilização desumanizada, onde as pessoas parecem brinquedos ou autómatos. Onde os brinquedos propriamente ditos ganham autonomia através da publicidade e da fama, como acontece com as bonecas de Malik Solanka, personagem principal do romance, um indiano que troca Londres por Nova Iorque e se torna famoso, ele e as suas bonecas, pela televisão. Bonecas sobre as quais ele próprio perderá o controle. A criatura escapa ao criador."