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Últimas leituras - "Malala"

por BeatrizCM, em 02.12.14

Aaaaah, voltei!

Tenho lido imenso e escrito muito pouco, daí a minha ausência. Perdoem-me, colegas. A leitura a muito obriga e nós, como é sabido, queremos lá saber, fazemos o que a vontade nos pede. E eu fiz o que me deu na real gana! No stop reading November! Consequentemente... agora tenho imensas opiniões para partilhar.

 

malala.jpg

 

Um dos livros que comecei a ler em Outubro e acabei em Novembro foi esta autobiografia, Malala - the girl who stood up for education and was shot by the Taliban, que eu já tinha comprado em Inglaterra no Verão, por apenas 3£.

Decidi-me, finalmente, a pegar-lhe a seguir à Malala ter sido a grande contemplada com o Prémio Nobel da Paz de 2014. Senti que, se já tinha o livro, só tinha era de o ler.

Por isso, pouco a pouco (porque ainda foi uma leitura relativamente grande para quem tinha imensos afazeres paralelos).

Esta é a minha review no Goodreads:

Decidi saber mais acerca da Malala depois de ganhar o Prémio Nobel da Paz há uns meses. Já tinha este livro e não encontrei melhor oportunidade e desculpa para o ler do que essa.
Adorei ler este livro, pela sua dimensão histórica, política e social - e por mais que não seja por ter sido escrito por uma rapariga tão particular como a Malala.
O que poderia ter-se revelado um relato desinteressante acerca da vida e dos sonhos de uma adolescente em breve demonstrou tratar-se muito mais do que isso. Ainda não me inteirei de todo o fenómeno "Malala" e de todos os seus efeitos a nível mundial, mas este livro, escrito pela própria em parceria com a jornalista Christina Lamb, dá-nos uma perspectiva bastante completa acerca do que esta menina paquistanesa, inicialmente anónima, já tentou fazer pelo direito à educação para todas as crianças, em especial para as raparigas. Sendo quase como que uma ode à educação como a melhor arma que alguém pode desejar, este livro fez-me pensar em como, na maior parte do Ocidente, tomamos a escola como garantida, não lhe prestando o devido respeito. Muitos leitores têm dito o mesmo, mas é de frisar que são relatos como os de Malala que nos fazem abrir os olhos acerca de outras realidades alheias à nossa, em que todas as condições para sermos bem-sucedidos, felizes e saudáveis nos são mais ou menos asseguradas.
Com apenas 17 anos, a Malala já viveu no meio de diversas guerras, armadas e não só. A sua luta pela educação resultou numa tentativa de homicídio pela parte dos talibãs, a si e a algumas das suas colegas, e não foi por causa disso que tal luta foi interrompida. Com apenas 17 anos, a Malala tem tudo para continuar a ser um ícone internacional no campo da luta pelos direitos humanos, uma porta-voz cheia de garra para aqueles a quem não é permitido falar.
A escrita deste livro é relativamente simples, notando-se até alguma ingenuidade e jovialidade próprias da idade da Malala quando o escreveu. Para quem espera meros ensaios acerca da educação, que se desencante dessa ideia: todo o relato é um ensaio em si, é uma história pessoal que se tornou uma história universal. O mais complicado de entender poderão ser, porventura, algumas referências culturais menos bem explicadas.

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"O problema não és tu, sou eu" deve ser uma das frases mais odiadas de sempre em português, provavelmente a seguir de "isto não é o que parece". Nem sei se também será utilizada noutras línguas (the problem is not you, it's me? le problème n'est pas tu, c'est moi?). Aposto que, se eu tivesse de acabar com alguém, essas seriam tal e qual as minhas palavras, a minha derradeira desculpa. Afinal, sou humana. E portuguesa.
Por isso, não é de admirar que O Problema Não És Tu, Sou Eu tenha sido o título escolhido pela Ana Garcia Martins, aka Pipoca Mais Doce, para o seu último livro lançado ontem à tarde.
Vou-vos contar a história de como o li: tinha a ideia de ir à apresentação, na Fnac dos Armazéns do Chiado, mas reservei  um par de horas antes para o poder ir ler, já que as minhas finanças pessoais andam pela rua da amargura (as always) e presentemente não me dá muito jeito andar a dar 15€ por um livro como se não fosse nada de importante. Afinal, acabei por ler todo o livro em duas horas, sentadinha no café da Fnac,  num dos bancos à janela, com luz lisboeta natural a iluminar-me a leitura. Depois de um dia cansativo, soube-me que nem ginjas!
Bem, mas passando à crítica do dito livro.


Já estou mais do que habituada à escrita descontraída da Pipoca, principalmente porque adoro as crónicas do blogue. É uma escrita que, não sendo o suprassumo da arte, faz bem à alma. Com o livro O Problema Não És Tu, Sou Eu, senti-me tal e qual assim, satisfeita e feliz. É uma leitura fácil, demora só um parzinho de horas, mas que par de horas é, muito anti-stressante. Decerto não merece um Nobel, mas não deixa de merecer o carinho dos leitores. E deixou-me com aquela sensação de que, se eu tivesse que escrever um livro, este estaria na lista dos candidatos - quem me dera ter sido eu!
Misturando um pouco de experiência pessoal com experiências alheias e uma pitada de lugares-comuns, a Ana Garcia Martins explora algumas questões do quotidiano das relações dos vinte em diante. No entanto, eu ainda não tenho vinte anos, tenho uma relação estáapvel e fofinha há dois e, por isso,  encarei os seus conselhos como óbvios, algo que já toda a gente devia saber pelo menos aos 25. No entanto, não me posso esquecer que há por aí boas pessoas que batem muito com a cabeça numa combinação de falta de sorte e de inabilidade para manter relações. Dito isto, essas pessoas deviam mesmo, mesmo, mesmo ler o livro da Pipoca/Ana e aprender umas quantas coisas, coisas que a própria Ana só tem aprendido de há uns anos para cá, já agora. Um bocadinho de educação emocional nunca fez mal a ninguém, ainda que plena de clichés e com um ou outro tema mais repetido, como neste livro.
De resto, a Ana sabe mesmo escrever, sabe onde pôr as vírgulas e só por causa disso já tem o meu respeito. A edição está fenomenal, não há gralhas na revisão, as ilustrações são engraçadas e pronto, vão ler O Problema Não És Tu, Sou Eu e ser felizes (ou aprender a sê-lo, em todo o caso)!!!

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Últimas leituras - "Os Portugueses"

por BeatrizCM, em 24.08.14

 

Este livro foi, sem dúvida, um grande abre-olhos no que toca à minha consciência nacional. O que é ser-se português? Será tudo uma construção, uma comunidade imaginária, como a minha professora de Cultura e Sociedade outrora me dava na cabeça durante as aulas? Somos assim como somos só porque calhou ou porque o nosso passado assim o determinou?

 

 

Adorei este livro, sem dúvida. Se ainda têm dúvidas se o devem ler ou não, este é apenas um excerto do que vos espera. Aqui segue a minha avaliação no Goodreads:

 

Uma das maiores qualidades deste livro é associar traços culturais e comportamentais dos portugueses a 800 anos de História, perfeitamente resumida em 300 páginas. Uma vez que Barry Hatton, o autor, vive em Portugal há cerca de 28 anos, é-nos fornecida uma visão exterior, mas não suficientemente alheada da realidade do país. Por isso, acaba por ser um bom ponto de partida para olharmos para nós mesmos e, 100% "tugamente", rirmo-nos e troçarmos do nosso "fado".
Também considero este livro um excelente guia para turistas mais curiosos, assim como para estudantes de história e cultura (como eu). Aliás, qualquer português que o leia há-de se rir um bocadinho e talvez os estrangeiros também o consigam fazer.
É um livro que deve ser lido do início ao fim, sem saltar capítulos ou alterar a ordem de leitura. No princípio, pode parecer desinteressante e "maçudo", mas depois vai-se tornando cada vez mais agradável.
Passei quase todas as 300 páginas a pensar "oh, é verdade, nós somos mesmo assim!".

4,5 estrelas em 5!

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