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Há mais de três meses que não me entusiasmava desta forma por um livro.
Encontrei Brooklyn, do irlandês Colm Tóibín, na estante de novidades da Biblioteca da FLUL e, agarradinha das capas que sou, não poderia ter deixado de ficar maravilhada por esta, tão pouco sugestiva, mas indescritivelmente cativante, de cores vivas e capa ainda imaculada.
O enredo primário não é complexo. Tal como contado na sinopse, esta é a história duma rapariga irlandesa que emigra para Brooklyn, nos Estados Unidos. Lá, consegue um emprego e até frequenta a universidade à noite. Entretanto, conhece um rapaz por quem se apaixona, ou pensa apaixonar. Assim é a sua vida durante quase dois anos, até que acontecem coisas interessantes que não revelarei aqui, mas que não deixam de ser mais ou menos previsíveis do ponto de vista narrativo dos romances.
No entanto, o que me fez adorar este livro não foi necessariamente o seu enredo; foi a maneira de contar, a tão badalada fluidez, as deixas que nunca param de nos dar razão para continuar a leitura por mais uma página, mais um capítulo, o facto de a vida do dia-a-dia estar sempre à acomtecer, de o tempo resvalar a cada canto sem nos apercebermos de que, de repente, já se passaram vários meses desde a última vez em que tínhamos pensado nisso.
Não é maravilhoso lermos trezentas páginas sem nos darmos conta disso? Não é reconfortante sentirmo-nos perdidos no meio da história, como se também lá estivéssemos do lado dos protagonistas a ver a sua própria vida passar? De nos dar aquela vontade de bater neles de vez em quando, quando não concordamos com as suas decisões, ou de chorar as suas mágoas?
Pronto, acho que já disse tudo, mas o finalzinho chocou-me muito - e mais não digo!
5 estrelas.