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Últimas leituras - "Cal"

por BeatrizCM, em 12.12.15

Cada vez me sinto mais triste com este autor, que, ainda assim, continua a ser dos meus favoritos. Espero que seja só uma fase minha/dele. Que o livro Cal, de José Luís Peixoto, tenha sido "só impressão minha".

Excepcionalmente, retirei a imagem do livro da Internet, porque li um exemplar da biblioteca da FLUL.

Crítica no Goodreads a Cal (a que atribuí 3 estrelas):

Este livro foi uma das minhas maiores desilusões na literatura. Para começar, não possuía qualquer indicação acerca do género, que me pudesse preparar para a leitura de Cal: comecei a ler um livro de crónicas, ou de pequenos contos, com uma peça de teatro lá pelo meio, a pensar que iria sair dali um romance.
Obviamente, também me senti desiludida devido à falta de abrangência de temas nos livros de José Luís Peixoto. Quando lemos uma data de histórias que se passam no mesmo cenário ou em ambientes semelhantes e que nos trazem personagens parecidas, ficamos - enquanto leitores - desmotivados pela ausência de novidade.
Até a qualidade das histórias contadas em Cal é medíocre. Não encontrei nenhuma inovação, nenhum trecho cujas características de escrita me empolgasse, nem nenhuma ideia que me desafiasse à reflexão. Excepto um ou outro texto deixado para o final, Cal mostrou-me uma face monótona e indesejável de um dos meus escritores portugueses favoritos. Esforcei-me por gostar deste livro de JLP, mas não fiquei com vontade de lhe pegar de novo.

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Últimas leituras - "Nenhum Olhar"

por BeatrizCM, em 04.04.15

Tenho andado com sede de literatura portuguesa. Ando com os olhos em bico de tanto inglês nas fotocópias e nos livros de estudo para a faculdade, tenho saudades do carinho do português e das palavras que melhor reconheço, em que me expresso e que entendo melhor.

Por isso, nada melhor do que me aventurar por mais um livro do meu autor português favorito, José Luís Peixoto, com Nenhum Olhar. Lia-o de vez em quando, mas acabei por terminar as últimas páginas mais depressa do que pensava.

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Eis a minha crítica a Nenhum Olhar, de José Luís Peixoto, no Goodreads:

Este talvez seja o livro, a história, mais triste que li desde há muito tempo. Não me refiro apenas ao enredo, mas também ao tom narrativo arrastado, sofredor.
Não gostei particularmente do início do livro. Não acho que a linguagem utilizada ou o enredo sejam excepcionais, ao contrário do que acontece nos restantes livros de José Luís Peixoto. Nem sequer encontrei nenhum elemento de surpresa.
Entre o fim do Livro I e o início do Livro II, senti-me mais entusiasmada. Finalmente, começaram a aparecer novas personagens, caricatas na sua maioria, que enriqueceram bastante a narrativa.
Quanto ao final, esperava qualquer coisa mais complexa ou, pelo menos, consoladora. À parte a tristeza e melancolia que já acompanham o leitor desde o princípio, ainda se fica mais infelizes por não se conhecer o desfecho para algumas das personagens ou por se assistir a tanta desgraça.
Por isso, atribuo 4 estrelas, tentando não baixar para 3, tendo em mente a construção psicológica das personagens e a audácia de JLP para as ter criado tão diferentes das personagens de outros livros seus (mas tão iguais ao indivíduo comum, qualquer um de nós).
Percebo por que ganhou o Prémio Saramago: Nenhum Olhar tem uma história "fora da caixa".

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Acabei de ler o livro "Galveias", de José Luís Peixoto! Já foi na terça-feira, mas só agora tive tempo de vir aqui deixar a minha crítica no Goodreads. Tem algumas repetições porque a escrevi logo duma ponta à outra, pouco depois de acabar a leitura. Não me alongo mais e aqui está ela:

 

Sempre que leio uma obra de JLP, fico a pensar no verdadeiro significado das suas palavras - não o literal, mas sim o metafórico, que sinto que deveria conseguir subentender de palavras tão simples, com raciocínios escondidos tão complexos. "Galveias" não foi excepção e deixou-me suspensa em reticências até, talvez, uma próxima leitura, mais esclarecedora. (Afinal, que cheiro a enxofre era aquele? Caiu mesmo um meteorito no campo?)
Esta é a história de uma Galveias ficcionada, suponho, ainda que inspirada nas suas personagens e espaços reais. Um dos aspectos que mais adoro nos romances de JLP é, sem dúvida, o regresso à ruralidade, às origens do autor e, por empréstimo, também um pouco minhas e de qualquer leitor que o deseje.
As paisagens literárias de JLP são sempre calmas, mas só de aparência. Psicologicamente, há sempre uma acção permanente, um enredo bastante rico em movimento e pensamento. Em "Galveias", uma aldeia em Portalegre, há pessoas que não param um segundo. Quem diria que haveria tanta agitação?
Cada capítulo é, mais do que isso, um conto - um relato acerca da vida de alguém. Há segredos, mágoas, sonhos, heranças materiais e imateriais de família... Em suma, tudo aquilo que é imprescindível a uma boa história colectiva.
E esta é uma história com um final nem feliz, nem triste. Tem somente um final pacífico, pois o mundo continua a girar, tal como Galveias no seu sítio. É igualmente um final metafórico, que me deixou em estado de hesitação e de meditação.

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"Galveias" também já chegou

por BeatrizCM, em 14.10.14

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A encomenda foi expedida dia 10, sexta-feira, dia oficial de lançamento, por volta da 1h da manhã. Esperava-a há mais de duas semanas, queria ser das primeiras a pegar-lhe e lê-lo. Chegou menos de sete horas depois à Margem Sul, às 10h45 estava na minha casa. A minha avó não estava, seguiu de volta para o posto municipal dos CTT. Fiquei desconsolada e ela também, por achar que me desiludia.

Por isso, ontem, segunda-feira, mal o posto local abriu, lá fui eu, toda lufa-lufa para ir buscar o meu Galveias. Às 9h30 da manhã, ainda nem tinha chegado do posto municipal. Consegui-o antes das 10h. Abri o embrulho ainda no carro. O livro vinha com a capa lesada nalguns sítios, em frente e atrás. Fiquei triste, ainda pensei em ir ao Colombo trocá-lo, mas desisti. Imaginei a cara de quem me atenderia, a queixar-me da "porcaria" do livro com um ou dois probleminhas microscópicos na capa. Esqueci o assunto. Dificilmente alguém me entenderia e à minha fixação dos livros imaculados. Nem sequer era culpa do envelope almofadado, parecia apenas ter sido mal tratado por falta de cuidado no armazém.

Corri para casa, ou quis que o carro corresse. Li as primeiras páginas, mas adormeci com dores de cabeça. Depois de acordar, antes de almoço, estava melhor. Só parei de ler para comer e descansar uns minutos. Despachei mais de metade do livro em menos de dozes horas.

Hoje continuo a lê-lo e, provavelmente, ainda hei-de o acabar antes de amanhã raiar. Só me faltam 40 páginas.

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O novo livro de José Luís Peixoto

por BeatrizCM, em 05.09.14

Ontem foi o aniversário de um dos meus autores portugueses favoritos: José Luís Peixoto. 40 anos! Por isso, em jeito de celebração, apresentou a capa do seu novo livro e leu alguns excertos na Casa dos Bicos (Fundação Saramago) ontem à tarde, pelas 18h30. Tive imensa pena de não ter ido! Até porque já assisti a uma palestra dada por ele e mais dois autores e, sem dúvida, José Luís Peixoto é um grande nome da literatura portuguesa contemporânea, assim como é um orador humilde mas muito cativante. Quando o ouvimos, não estamos a ouvir um grande vulto com manias de estrela, com tiques e sensações de superioridade. Estamos só a ouvir aquela pessoa que, tal como demonstra nos seus livros, é um tipo porreiro, culto e que escreve muuuito bem.

A sério, quem me dera ter ido assistir a esta apresentação!

 


O novo romance de José Luís Peixoto, Galveias, estará nas livrarias no próximo dia 10 de Outubro.
Primeiras!!!

 

 

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Tenho mesmo muita pena que os livros do José Luís Peixoto sejam tão caros. Afinal, ele é, a par do Saramago, o meu escritor português favorito. Por isso, tenho lido a maior parte requisitando-os na biblioteca da faculdade, onde parece que ninguém lhes pega - estão intactos, sem dobras, sem marcas de manuseamento, nada! Este Uma Casa na Escuridão não foi excepção. Ainda cheirava a novo!

 

Em termos de género literário, constituiu uma novidade para mim. É tão negro, tão triste, tão sádico...! A personagem que narra a história está em constante sofrimento, todas as que a rodeiam também. Só se sente desalento e ansiedade, só se sente a prisão em cada palavra. É um livro que queremos terminar depressa, para nos livrarmos de tal teia de acontecimentos que só nos enterram em mais desespero. 

No entanto, não consegui deixar de gostar d'Uma Casa na Escuridão. É um livro muito bom, extremamente bem escrito. Nota-se que o JLP tenta diferenciar todos os contextos dos romances que escreve, que há uma grande entrega pessoal e intelectual a cada um, diferente da que aplicou no que escreveu primeiro. Este é uma espécie de história de terror que, lá está, tinha de vir a existir na obra de um autor como o JLP.

 

 

A minha crítica no Goodreads - 4 em 5 estrelas:

 

O registo deste livro não tem nada que ver com o dos outros livros que já li do JLP. Por um lado, houve partes de que gostei menos, mas "Uma Casa na Escuridão" ser radicalmente diferente de todos os outros romances do JLP veio ainda dar mais razões para ele ser um dos meus escritores favoritos, senão O Favorito.
Esta é uma história muito triste, melancólica e angustiante do início ao fim. Quando parece haver uma réstia de luz e esperança, é apenas ilusão que as palavras do JLP nos trazem. Este livro é como uma prisão de onde não queremos sair e, simultaneamente, de que nos queremos livrar o mais depressa possível. Por isso, fiquei indecisa entre as 3 e 4 estrelas. Finalmente, decidi-me pelas 4, porque é o género de história de que eu não gosto e as 3 estrelas nada teriam que ver com a qualidade da escrita ou do enredo - muito pelo contrário, são bestiais!
Aconselho "UCNE" a todos os leitores que pretendem sair da sua zona de conforto literário e tentar algo novo, um estilo alternativo de leitura. Experimentem!

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