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A Feira do Livro de Lisboa já começou na quinta-feira e eu não quis perder mais tempo - visitei-a logo na primeira tarde, com o meu mais-que-tudo fofinho, que também procurava um livro em particular.
Qual não é o meu espanto, quando começo a visitar os stands independentes e os do grupo Leya, na parte direita do Parque Eduardo VII (da perspectiva de quem sobe) e me apercebo de que os preços "de feira" são absolutamente ridículos. Nem os livros do dia se escapavam, eram todos caríssimos! O resto variava tudo entre os 10€ e os 15€, como se descontos de 1€ ou 2€ fossem relevantes na decisão de comprar livros neste evento tão especial (que começa a dar ares de ter só nome e estatuto), quando podemos esperar pelos descontos bombáticos no site da Fnac ou em qualquer época de saldos das livrarias.
Em suma, o lado direito da feira é um no-no, no que toca a preços. Até os alfarrabistas estavam super careiros!
Passando para o lado esquerdo, a coisa ficou um bocadinho mais animada. O stand da Relógio D'Água tem preços muito bons, entre os 2€ e os 7,5€, o que, tendo em conta a qualidade dos livros que publicam - tanto em matéria autores portugueses, quanto em traduções - só apresenta vantagens. Também os stands do grupo Porto Editora têm alguns livros com promoções aceitáveis, mas, ainda assim, penso que devemos ser mais pacientes e aproveitar a Hora H, das 22h à meia-noite, de segunda a quinta-feira, pois nessa altura haverá livros com 50% e 70% de desconto. Aliás, comprei bastantes livros assim, na Feira do Livro de Lisboa em 2014, a preços de fazer cair o queixo.
Seja como for, não gostei muito da Feira do Livro de Lisboa deste ano. Parece que a feira já não é realmente sobre livros, mas sim uma oportunidade para vender tantos outros produtos não directamente relacionados, como quinquilharias caríssimas para os miúdos, e também vi uma barraquinha do McDonald's (não sei bem com que finalidade, mas não vi livros por perto) e barraquinhas várias de comes-e-bebes em número demasiado elevado, com preços igualmente inflacionados, barraquinhas gourmet... Um pãozinho shoarma a 4,50€? Credos. Salvem-se, pelo menos, as farturas, que acho que já fazem parte do cenário tradicional e que continuam a ser o lanchinho mais barato. Ou seja, todo este aparato é mesmo para explorar o pessoal até à última.
O que vale é que ir à Feira do Livro de Lisboa também serve para passear, para namorar, para apreciar a vista do rio, muuuuito lá em baixo, para apanhar um bocadão de sol, para descobrirmos alguns livros que provavelmente havemos de piratear em e-book a partir da Internet, para observarmos o comportamento das pessoas e dos vendedores que ainda sabem menos sobre as campanhas promocionais do que os próprios clientes... Salva-se sempre qualquer coisa, numa situação menos positiva.
Escusado será dizer que saímos de lá sem ter comprado nenhum livro. Saímos de mãos e corações vazios.
***
No ano passado, a "minha" Feira do Livro de Lisboa em 2014 foi assim. E assim.
Ainda na onda de querer ler o máximo de livros possível em português, evitando as línguas estrangeiras, a minha última leitura foi o romance inacabado de Eça de Queirós, A Capital!. Não faz parte da lista dos livros mais conhecidos do autor do fim do século XIX, mas, para mim, foi aquele de que mais gostei, em comparação a'Os Maias e A Cidade e as Serras. Considero esta leitura meio recreativa, meio escolar, uma vez que é uma das obras analisadas na cadeira de História, Memória e Literatura, que estou a ter este semestre.
O melhor é mesmo deixar-vos com a minha opinião completa acerca deste livro!
Eça escrevia muito e bem. Mesmo repetindo recorrentemente certas palavras e expressões, a variedade e riqueza do seu vocabulário são notáveis. Além disso, A Capital! tem uma história que me cativou desde o início, cujas personagens "tipo" da contemporaneidade de Eça me despoletaram emoções e reacções, a favor ou contra o seu comportamento ou personalidade, do princípio ao fim.
O protagonista, Artur, deve ser destacado. A sua evolução (ou involução) pessoal e social encontra-se tão bem descrita, tão bem caracterizada, que tive uma vontade permanente de entrar no seu universo e de lhe dar duas bofetadas. De facto, tanto na caracterização de Artur, quanto na das outras personagens, Eça foi perito em criar aspectos únicos que despoletaram em mim irritações e interesse curioso constantes - ou seja, o que se pretende num livro. E a aura deste é quase cómica, caricatural.
Do que já li de Eça de Queirós, nunca gostei tanto de uma obra como gosta do livro A Capital!. Tem drama, comédia, suspense, um retrato histórico fiel q. b., personagens de quem gostamos - mas em quem queremos bater -, personagens que repugnam...
Só tenho imensa pena que este romance não tenha sido terminado pelo autor.
Nada conforta mais os amantes de livros do que uma livraria arrumada, organizada e acolhedora, à mão de semear. Quanto a mim, acho a maioria das livrarias Bertrand demasiado exposta, ou pequena, ou incompleta. Por isso, além da livraria do El Corte Inglés (cujo comentário deixo para outra ocasião), restam-me as diversas lojas Fnac no centro de Lisboa. E é sobre elas que pretendo escrever agora.
Se me perguntarem qual é, para mim, a melhor Fnac de Lisboa, pelo menos no centro, digo que é a Fnac do Colombo. Pode não ser a maior (cheira-me que as do C. C. Vasco da Gama ou dos Armazéns do Chiado é que são), mas é aquela onde o espaço se encontra melhor aproveitado. Não há falta de corredores para circular à vontade, sem tropeçar em nada, a loja é ampla e as secções estão bem organizadas, com lógica e aprumo, sem grandes desperdícios, contudo mantendo-as actualizadas e com uma selecção sensata de produtos, sejam eles de música (comprova o Ricardo) ou de livros (digo eu). No que toca a produtos informáticos e de tecnologia, apesar de muitos serem mais caros do que nas lojas Worten ou Box do Jumbo, é costume encontrar-se marcas diferentes, existindo maior variedade. Não há mais, também não há a menos. Ah, e já agora, deve ser a única loja Fnac onde costumam ter, sempre que lá vou, o Jornal de Letras.
Também considero a Fnac do Colombo como a melhor Fnac de Lisboa porque é a que tem sempre melhores promoções. Principalmente durante os meses de Janeiro, encontra-se bastantes boas oportunidades de 1€ a 10€, depois de reduções significativas do preço original.
Quanto ao atendimento, a Fnac do Colombo tem, provavelmente, os empregados mais simpáticos e despachados a atender. Até há bastante gente nova por lá, o que é capaz de também tornar o atendimento mais agradável, sem se tornar enfadonho. Em suma, talvez a falta de experiências anteriores mantenha esses jovens menos desmotivados e aborrecidos com o seu trabalho. Esperemos que continuem a ser uns bacanos pela vida fora!
E quanto a vocês, qual é a vossa loja Fnac preferida?
Minha boa gente, a edição da Feira do Livro de Lisboa de 2014 foi muito bem aproveitada - pelo menos, no que toca à minha primeira visita, porque talvez ainda lá apareça mais uma ou outra ocasião. Adorei os preços e o ambiente estava muito fixe. De um lado, as chancelas da Bertrand; do outro, as chancelas da Leya. Dos dois lados, várias editoras independentes e diversos alfarrabistas. Principalmente nos stands da Leya, havia imensas promoções e livros dos 2€ aos 4€ (e ainda deve haver, suponho): romances de cordel, principalmente, mas também consegui arranjar as minhas pechinchas menos "cor-de-rosa". Nos stands da Bertrand, aconselho muito a "Hora H", das 22h às 23h, de 2ª a 5ª-feira, razão pela qual está prometido um regresso, muito em breve, ao Parque Eduardo VII - durante essa hora, certos livros marcados com uma etiqueta cor-de-laranja das chancelas da Bertrand ficam a 50% ou 70%, e eu quero imenso trazer alguns José Luís Peixotos, entre outros que me chamaram a atenção!
O pior desta FLL é não se conseguir encontrar literatura estrangeira não traduzida, o que é uma pena, porque, se esses livros já são bem mais em conta do que as respectivas traduções para português, imagine-se com os descontos especiais de feira! O melhor aspecto a destacar é a organização dos stands, tanto os dos grandes grupos, como os dos pequenos. Os preços também estão especialmente baixos - não me lembro de estarem assim no ano passado.
Deixando-me de conversa fiada, as cifras falam por si: gastei APENAS 16€ e comprei 5 livros, dois dos quais para oferta (2€ cada), que não mostrarei aqui porque as aniversariantes poderão estar a ler.
Uma História do Mundo Depois do 11 de Setembro, Dominic Streatfeild - 3€ (Leya) - a 16€ e 18€ fora da FLL
A Consciência e o Romance, David Lodge - 2€ (Leya) - a 5€ fora da FLL
Cartas de Amor de Fernando Pessoa a Ofélia Queiroz - 9€ (livro do dia na Bertrand), outros preços na imagem
Normalmente, se quero saber se um livro vale a pena o investimento, consulto a média das avaliações e comentários nas respectivas páginas do Goodreads. Assim, não corro o risco de cometer um erro ao comprar livros que não são realmente bons e, claro, do meu agrado. Dito isto, acho que a minha primeira visita à FLL 2014 rendeu que se valeu!
Cartas de Amor de Fernando Pessoa e Ofélia Queiroz
Fernando Pessoa
PORTO EDITORA - A19-A21-A23-B14-B16-B18-B20
PVP: 18,00€ / PVP Feira: 14,40€ / PVP Dia: 9,00€
Linguagem Corporal para Totós
Elizabeth Kuhnke
PORTO EDITORA - A19-A21-A23-B14-B16-B18-B20
PVP: 22,00€ / PVP Feira: 17,60€ / PVP Dia: 11,00€
A Feira do Livro de Lisboa começou hoje. Ainda não tive oportunidade de lá ir, mas de amanhã não passa. Diz que vale mesmo a pena, há livros a custarem uma pechincha. Apesar de não ter a intenção de gastar muito dinheiro (até porque já tenho livros "novos" suficientes para ir lendo durante um ano inteiro), vou verificar se existe algum livro do dia na FLL que valha a pena. Nunca se sabe que achados podemos encontrar!
E vocês, planeiam ir ou já foram à FLL? Existe algum livro que lá tenham visto e que, sendo a bom preço, justifique um eventual investimento?
Já agora, como é que costumam abordar um escritor quando lhe vão pedir um autógrafo? Sinceramente, eu fico sempre super embaraçada e nunca sei como agir... Que tal partilharem as vossas dicas? =)
(Amanhã partilho as fotografias do evento!)
Guardem as carteiras, ponham o vosso dinheiro debaixo do colchão, parem de comprar pechisbeque da Primark, parem de almoçar a comida de plástico no McDonald's que vos enche o traseiro de vergonha... Porque a Feira do Livro de Lisboa já tem data marcada para este ano: 29 de Maio a 15 de Junho!
Não há ninguém neste planeta inteiro que não goste da Feira do Livro. Aposto que até quem não gosta de ler consegue gostar da Feira do Livro. É o ambiente, o passeio, a luz, o sol, a ânsia, a multidão de leitores, o aroma a folhas acabadinhas de imprimir, os sacos cheios e promissores, o Parque Eduardo VII - é impossível não morrer de amores por esta época tão festiva para as nossas estantes e tão ofensiva para o nosso bolso! Chegou a hora de poupar, meus caros. O auto-desfalque está para vir e só nos restam três meses de austeridade extra, em nome de uma saudável e óptima causa!