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Em Fevereiro, tentarei obter, finalmente, o DALF (diplôme approfondi de langue française) para ser certificada com o nível C1 em francês. Por isso, desde 2013 que tenho andado a tentar ler cada vez mais livros em francês, para praticar e não enferrujar - além de ter aulas de três horas todos os Sábados de manhã. Afinal, já tenho mais do que anos de estudo suficientes para ler em francês sem problemas.
Assim, em 2014 Chien de Printemps foi o segundo romance que li totalmente em língua francesa. Aproveitei o facto de o autor, Patrick Modiano, ter sido o vencedor do Prémio Nobel da Literatura deste ano e, ainda por cima, eu ter ido a Bruxelas e visitado a livraria Filigranes - logo, ter tido acesso a imeeeensos livros franceses ou, pelo menos, escritos na língua - para procurar livros pequenos, mas bem escritos que me motivassem a aprofundar conhecimentos na minha segunda língua estrangeira (a primeira é o inglês e a terceira é o espanhol).
À medida que ia lendo, devagar, devagarinho, à medida que ia arranjando minutos livres, fui pegando no Chien de Printemps. Só as últimas 50 páginas foram lidas de empreitada, tal a vontade de as terminar. Foi a minha última leitura integral de 2014!
Esta é a minha opinião:
Primeiro aspecto a destacar: adorei a escrita de Modiano. Apesar de ter lido o livro em Francês, na sua língua original, não tive qualquer dificuldade em apreciar o seu estilo fluído, introspectivo, com parágrafos e capítulos curtos e diálogos na quantidade certa - pelo menos, no que toca a esta obra. A dimensão do livro (120 páginas) também incentiva o leitor a terminar a leitura mais rapidamente.
Quanto ao tema, acho que é abordado de uma maneira um pouco confusa. Com tantas analepses e prolepses, o leitor menos atento é capaz de se perder na narrativa. É certo que o narrador está a contar cenas do seu passado, mas por vezes este confunde-se com o passado do outro protagonista, Francis Jansen - e desconfio que tenha sido mesmo esse o objectivo de Modiano (quem já tiver lido "Chien de Printemps" há-de perceber a conveniência de tal suposta falha).
Excelente leitura para estudantes de Francês que nunca tenham lido um livro completo escrito nesta língua - ideal para principiantes, pela sua pequena dimensão, vocabulário e formas verbais não muito diversificados ou complexos.