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Depois das sagas "o meu dentista não gosta de Saramago" e "o meu dentista interessa-se pelas minhas preferências literárias", apresento-vos uma nova saga: "o meu dentista diz que eu tenho de ler melhores livros do que aqueles que o Saramago escreveu" (ah ah ah, que engraçado).
E pronto, este foi o primeiro livro que li a conselho e insistência do referido especialista em ortodoncia.
A crítica que deixei no Goodreads ao livro As Velas Ardem Até ao Fim, do autor húngaro Sandór Márai, foi a seguinte:
Antes de ler As Velas Ardem Até ao Fim, julgando o livro pelo título, pensei que se tratasse de mais um romance lamechas.
No entanto, em breve vim a descobrir que, além de lamechas, também é sério.
"Grandes temas" são discutidos pelas personagens, em particular pelo General: amor, amizade, traição, envelhecimento, honestidade, inveja, riqueza, pobreza... Por vezes, a sua análise pode parecer superficial, mas de imediato somos levados a uma reflexão estruturada acerca deles.
Há que sublinhar que este não é um romance típico - divide-se em duas partes distintas, o pré-jantar (constituído pela apresentação das personagens, por algumas das suas memórias e pensamentos, que interpretei como sendo uma contextualização do que se seguiria) e o jantar (em que predomina o monólogo do general, quem acaba por ser o principal narrador de toda a história).
Gostei igualmente do simbolismo da noite (ao cair, ao cerrar-se e ao dar lugar ao amanhecer) e da luz das velas. Sem dúvida, estes pormenores ocupam um lugar central na construção do ambiente da conversa. Aliás, Marái demonstra ser um génio a gerar sentimentos complexos na mente do leitor, através de apontamentos simples.
Quanto à avaliação final deste livro, encontro-me indecisa entre as 4 e as 5 estrelas. Arrepondo, pois, para 5.