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Aaaaah, voltei!
Tenho lido imenso e escrito muito pouco, daí a minha ausência. Perdoem-me, colegas. A leitura a muito obriga e nós, como é sabido, queremos lá saber, fazemos o que a vontade nos pede. E eu fiz o que me deu na real gana! No stop reading November! Consequentemente... agora tenho imensas opiniões para partilhar.
Um dos livros que comecei a ler em Outubro e acabei em Novembro foi esta autobiografia, Malala - the girl who stood up for education and was shot by the Taliban, que eu já tinha comprado em Inglaterra no Verão, por apenas 3£.
Decidi-me, finalmente, a pegar-lhe a seguir à Malala ter sido a grande contemplada com o Prémio Nobel da Paz de 2014. Senti que, se já tinha o livro, só tinha era de o ler.
Por isso, pouco a pouco (porque ainda foi uma leitura relativamente grande para quem tinha imensos afazeres paralelos).
Esta é a minha review no Goodreads:
Decidi saber mais acerca da Malala depois de ganhar o Prémio Nobel da Paz há uns meses. Já tinha este livro e não encontrei melhor oportunidade e desculpa para o ler do que essa.
Adorei ler este livro, pela sua dimensão histórica, política e social - e por mais que não seja por ter sido escrito por uma rapariga tão particular como a Malala.
O que poderia ter-se revelado um relato desinteressante acerca da vida e dos sonhos de uma adolescente em breve demonstrou tratar-se muito mais do que isso. Ainda não me inteirei de todo o fenómeno "Malala" e de todos os seus efeitos a nível mundial, mas este livro, escrito pela própria em parceria com a jornalista Christina Lamb, dá-nos uma perspectiva bastante completa acerca do que esta menina paquistanesa, inicialmente anónima, já tentou fazer pelo direito à educação para todas as crianças, em especial para as raparigas. Sendo quase como que uma ode à educação como a melhor arma que alguém pode desejar, este livro fez-me pensar em como, na maior parte do Ocidente, tomamos a escola como garantida, não lhe prestando o devido respeito. Muitos leitores têm dito o mesmo, mas é de frisar que são relatos como os de Malala que nos fazem abrir os olhos acerca de outras realidades alheias à nossa, em que todas as condições para sermos bem-sucedidos, felizes e saudáveis nos são mais ou menos asseguradas.
Com apenas 17 anos, a Malala já viveu no meio de diversas guerras, armadas e não só. A sua luta pela educação resultou numa tentativa de homicídio pela parte dos talibãs, a si e a algumas das suas colegas, e não foi por causa disso que tal luta foi interrompida. Com apenas 17 anos, a Malala tem tudo para continuar a ser um ícone internacional no campo da luta pelos direitos humanos, uma porta-voz cheia de garra para aqueles a quem não é permitido falar.
A escrita deste livro é relativamente simples, notando-se até alguma ingenuidade e jovialidade próprias da idade da Malala quando o escreveu. Para quem espera meros ensaios acerca da educação, que se desencante dessa ideia: todo o relato é um ensaio em si, é uma história pessoal que se tornou uma história universal. O mais complicado de entender poderão ser, porventura, algumas referências culturais menos bem explicadas.