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Alguns dias depois de terminar a leitura deste livro que vos apresento já de seguida, surgiu-me este pensamento: que melhor história do que esta, para nos levar a concluir que, inevitavelmente, todos nós somos constituídos pelos outros também? Que todos temos um bocadinho... de todos?
Estou a falar d'O Filho de Mil Homens, de Valter Hugo Mãe. Que bela surpresa, que enredo magnífico, que contador de histórias maravilhoso!
Sem mais a acrescentar, esta foi a minha opinião sobre O Filho de Mil Homens, deixada no Goodreads:
Foi o primeiro livro que li de Valter Hugo Mãe.
Não estava à espera de uma história com tanto significado, que em tanto se assemelha à sociedade portuguesa actual. A homossexualidade, a adopção, o adiamento de ter filhos, a efemeridade das relações - todos estes são temas que o autor vai abordando, permitindo ao leitor uma oportunidade de reflexão. Afinal, reflectimos melhor quando existe um certo distanciamento pessoal e social acerca dos assuntos.
As personagens não me pareceram escolhidas ao acaso. Talvez o enredo tenha sido tecido sem um rumo pré-definido, mas todas as peças encaixaram no final, todas as peças que compõem o emaranhado de histórias que Valter Hugo Mãe escreveu.
O cenário sem tempo e sem sítio, apenas com alguma descrição física (uma vila, alguns montes e uma praia) e dos seus habitantes, é uma das características de O Filho de Mil Homens que foi conseguida de melhor forma.
Em geral, curiosamente, achei a escrita de Valter Hugo Mãe muito semelhante à de José Luís Peixoto - até as personagens e o espaço criados me pareceram semelhantes.