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Faz hoje exactamente um ano desde que regressei de Newcastle. Desse intercâmbio de duas semanas, resultaram 8 livros por 16,30£, o que não deve chegar nem a 20€ ), comprados não só em Newcastle, como também em Alnwick. Entretanto, vendi alguns, pois descobri que não simpatizava com eles quando os tentei ler. A maior parte, ainda não tive oportunidade de ler. No entanto, já li os dois livros comprados por 3£ cada, numa loja de caridade em Newcastle - Malala e, agora, The Casual Vacancy.
O que me atraiu neste livro, além do facto de ser escrito pela J. K. Rowling (autora da saga Harry Potter), foi a capa. O amarelo e o vermelho predominam no design minimalista, mas chamativo. Adoro. E adoro a encadernação, a sobrecapa, o cheiro e o peso e a textura das páginas.
E adorei a história que tão magnificente cobertura encerra.
Atenção: a tradução portuguesa do livro, o título é Morte Súbita, mas o significado do título original The Casual Vacancy é qualquer coisa como O Lugar Vago Casual no jargão da administração local, como é explicado antes do início da história.
Finalmente, deixo-vos com a minha review ao The Casual Vacancy no Goodreads.
Até agora, este é um dos meus livros favoritos, de entre os que já li em 2015.
Não comecei a ler "The Casual Vacancy" com expectativas muito elevadas, uma vez que muitas das crìticas de outros leitores eram negativas e porque não me queria (des)iludir. Afinal, a J. K. Rowling é conhecida por escrever livros para um público infantil e juvenil, não para um público adulto.
No entanto, acho que desde o primeiro dia que me surpreendi. Não deixei de ser cautelosa com as primeiras impressões, cuja qualidade poderia não se prolongar, mas, quanto mais o final se aproximava, mais a história dos habitantes de Pagford se tornava empolgante. Falo por mim - notei que havia uma espécie de gradação no que toca à intensidade no desenrolar dos acontecimentos, quase como num filme, e que me ia tornando cada vez mais íntima em relação às personagens - primeiro, obtemos uma descrição muito geral de quem são, mas vamos percebendo cada vez mais a sua verdadeira identidade e os seus segredos ao longo dos capítulos.
Não é suposto este livro ser um thriller ou um policial. Desde o início que sabemos como morreu Barry Fairbrother, quem usa a sua identidade indevidamente, quem lhe queria mal e quem lhe queria bem. Na verdade, a existência desta personagem breve constitui apenas um pretexto para contar as histórias de todos os seus conterrâneos.
Surpreendi-me com a linguagem nua e crua (li a edição original, em inglês), com a construção detalhada da vida de cada habitante de Pagford e com a capacidade de J. K. Rowling para escrever um livro fora do seu registo habitual, depois de tantos anos dedicados a Harry Potter.
Sei que é precisa alguma perseverança para ler um livro tão longo sem perder o impulso e a motivação na sua leitura, mas o meu truque foi não deixar de pegar no livro um dia que fosse, mesmo que só acabasse por ler algumas páginas.
Boas leituras!